Quando um bebê nasce pré-termo (prematuro), os pulmões não tiveram tempo para se desenvolver adequadamente, e, por isso, podem desenvolver problemas respiratórios. Um desses problemas é a Síndrome do Desconforto Respiratório ou SDR.
O que é a SDR?
Antigamente, era conhecida como doença da membrana hialina.
Entenda: os nossos pulmões produzem naturalmente uma substância chamada surfactante, que faz com que os pulmões mantenham-se abertos, permitindo que os pulmões desempenhem sua função: a oxigenação do sangue.
O pulmão do feto começa a produzir surfactante depois de 20 semanas, e atinge o ápice da produção com 34 semanas.
Logo, todo bebê que nasce prematuro pode ter uma doença pulmonar decorrente da baixa quantidade e também da baixa qualidade do surfactante produzido pelo bebê.
A SDR ocorre mais frequentemente nos prematuros menores de 32 semanas. A deficiência do surfactante provoca o “fechamento” dos pulmões, gerando grande desconforto respiratório ao bebê e dificuldade na oxigenação sanguínea.
O diagnóstico é feito baseado na história clínica, desconforto respiratório presente ao nascer, necessidade de maiores concentrações de oxigênio e imagem radiológica (infiltrado retículo-granular).
É importante deixar claro que o diagnóstico envolve todos esses aspectos. Portanto, não é porque o bebê nasce prematuro extremo que ele vai desenvolver a SDR.
Fatores de risco
A prematuridade é o principal fator de risco, principalmente quando não há tempo hábil para administração de corticóide na gestante.
A SDR pode ser prevenida?
Essa doença pode ser amenizada com a administração do corticóide para a gestante em trabalho de parto prematuro.
Vários protocolos institucionais indicam a administração do corticóide em gestantes com menos de 34 semanas em iminência de ter o bebê.
O corticóide, administrado em tempo hábil na gestante, estimula a produção de surfactante nos pulmões do bebê. Porém, essa ação do surfactante tem duração. Se o parto não ocorrer nos próximos 7 dias após a administração do surfactante, o efeito de estimulação da produção do surfactante pode não ser como o esperado inicialmente.
E qual o tratamento da SDR?
Se o bebê apresentar esse quadro, existe a administração do surfactante exógeno (produzido laboratorialmente), que pode ser inserido na traquéia do bebê para tratar a SDR.
A administração do surfactante no bebê é feita pelo neonatologista. É um procedimento médico que pode ou não exigir a entubação do bebê. Isso depende da experiência do médico, disponibilidade de material e estado clínico do bebê.
Após a administração do surfactante, a melhora do bebê é bem importante. Os pulmões “se abrem”, conseguem oxigenar melhor o sangue, permitindo a redução dos parâmetros ventilatórios e redução do oxigênio administrado ao bebê.
Caso você esteja em uma gestação de risco ou acabou de passar por um parto prematuro, procure um atendimento individualizado, humanizado e especializado. Você pode ter mais informações clicando aqui.
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Um beijo e até o próximo texto!