Tudo o que uma mãe deseja após o parto, é apresentar o lar para o novo membro da família. Mas, em casos de nascimento prematuro, esse momento pode demorar um pouco mais. Por isso, hoje eu trouxe para vocês informações importantes sobre a alta hospitalar e como os pais podem lidar com a espera.
Por que o prematuro precisa ficar na UTI?
Receber alta médica é o momento mais esperado pelas famílias. Foram meses durante a gestação preparando o aconchego para receber a criança, e por alguns motivos que você pode ver, a gestação pode ser interrompida precocemente.
Normalmente o bebê que nasce antes das 37 semanas de gestação precisa de um acompanhamento especial da equipe médica, monitorando de forma eficaz qualquer problema que possa. São seres sensíveis, com baixa imunidade e muitas vezes seus sistemas não estão completamente formados, necessitando do auxílio de pessoas qualificadas e equipamentos médicos para o seu desenvolvimento.
UTI neonatal
Na UTI neonatal, o bebê segue acompanhado todo o tempo por profissionais como: neonatologista, pediatra, enfermeiros, nutricionista, fisioterapeuta, nutrólogo, farmacêutico e fonoaudiólogo.
Os equipamentos utilizados são específicos para essa fase de risco, e as Unidades de Terapia Intensivas possuem:
- Incubadora para manter o bebê aquecido;
- Monitoramento cardíaco, informando qualquer alteração na frequência cardíaca do prematuro;
- Monitoramento respiratório, que avalia como está a capacidade respiratória do bebê, sendo em alguns casos, necessário que o bebê fique em ventilação mecânica.
Por mais que a família deseje muito a alta hospitalar, estar na UTI neonatal pode salvar a vida desses pequenos.
Quando o prematuro pode receber alta?
Tudo depende do desenvolvimento do bebê. No geral, a equipe médica avalia se o bebê possui uma maturidade mínima para poder mamar e ganhar peso em casa.
Normalmente, a alta hospitalar ocorre em torno de 35-36 semanas de idade corrigida. Nesse período, eles já devem estar com o peso mínimo que os hospitais exigem para a alta (geralmente 2 kg), e, quase sempre, são capazes de controlar a própria temperatura. As maternidades dão alta quando os bebês, além dessas características, recebem todas as vitaminas por boca, não tem mais necessidade de oxigênio e de nenhuma medicação endovenosa.
Home Care
Mas em algumas situações extremas, caso o bebê tenha muitas sequelas da prematuridade, como a dependência de oxigênio, é possível a alta com o atendimento de Home Care.
Outro ponto a se analisar pela equipe médica que acompanha a família, é se os pais estão preparados para cuidar do bebê prematuro em casa. É um fator crucial que eles se sintam seguros para levar o bebê ao lar, e que saibam realizar os procedimentos necessários, inclusive técnicas de reanimação em casos de emergência.
Os pais devem utilizar o tempo em que estão na UTI junto com o bebê para aprender o máximo sobre a criança, quais as suas necessidades, medicação necessária, qual a melhor posição para dormir, como oferecer o leite e etc.
Recebemos alta, e agora?
Chegou o tão esperado momento. Mães, pais e familiares estão ansiosos por essa hora. Todos adquiriram o conhecimento necessário, sabem tudo sobre a medicação, aparelhos caso o bebê precise de uma continuação em casa, melhor forma de conduzir a amamentação e estão bem preparados para ir embora.
Ainda assim, é importante prezar pela comunicação e relacionamento com o pediatra, podendo ser o mesmo que acompanhou o bebê ou outro profissional da escolha dos pais. Nas primeiras 48 horas pós- alta, deve ser feita uma primeira consulta na maternidade de origem, e após o pediatra pode atender o bebê a domicílio ou em unidades de saúde próximas.
Outros profissionais que geralmente acompanham os bebês prematuros são:
- Neurologista
- Oftalmologista
- Enfermeira ou técnico de enfermagem de Home Care
- Nutricionista
- Fisioterapeuta
- Fonoaudiólogo
Além disso, gostaria de orientar que os cuidadores tenham um diário para acompanhar a rotina e o desenvolvimento do bebê prematuro. Muitas vezes as evoluções são pequenas, mas devem ser muito comemoradas.